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VALE A PENA TROCAR O FRANGO COMUM PELO CAIPIRA



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Produtores trocam criação de frango industrial por caipira

Qualidade exige cuidados específicos, mas com mercado em crescimento e aumento de vendas, alternativa tem se mostrado um bom negócio

Vale a pena trocar a produção de frango industrial pela de frango caipira? Se depender do mercado, a resposta é “sim”. As vendas desse tipo de ave têm crescido 20% ao ano. E isso tem animado muitos produtores a optar pela substituição. O Brasil produz 5 milhões de frangos caipiras anualmente.

A equipe de reportagem do Canal Rural visitou um aviário em Morungaba, no interior paulista, onde as portas ficam abertas e as aves se circulam à vontade no piquete – é dessa forma que se cria frango caipira. Há um ano, foram divulgados os requisitos para a criação, segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Um deles é que, dentro do galpão, o animal precisa ter mais espaço.

“Cada metro quadrado da área interna você não pode ultrapassar 35 quilos, que daria mais ou menos umas 11 ou 12 aves num peso tradicional. Isso por metro quadrado, para que haja condições de ele [o frango] caminhar pelo galpão e ter o acesso ao piquete, para que ele possa, dentro de meio metro quadrado por ave, conseguir ter a ambiência necessária para se tornar um frango caipira”, explica o presidente da Associação Brasileira de Avicultura Alternativa (Aval), Reginaldo Morikawa. Ele afirma que ainda não há uma certificação específica para o produto, mas o consumidor pode optar pelo selo da entidade na carne. 

consumidor paga mais por este tipo de ave e a justificativa é que o custo de produção é o dobro do industrial. Na criação caipira são feitos três ou quatro lotes por ano e as aves só vão para o abate com mais de 70 dias de vida – o dobro do clico industrial. Por outro lado, o custo com mão de obra é menor, pois o manejo é mais fácil.

“O frango industrial é praticamente o mesmo manejo inicial, só que ele é um pouco mais resistente. Então, vai muito da visão do granjeiro de quando liga o ventilador, de quando desliga, de quando usa nebulização. É um frango um pouco mais resistente, não precisa ficar tanto em cima dele em questão de temperatura, ambiência, estas coisas. Ele é mais fácil quando está maior”, explica o técnico agropecuário Márcio Rodrigues.

O que levar em consideração?

aviário para o frango caipira, em geral, é mais simples do que aquele utilizado pelo industrial, o que requer menos investimento neste tipo de criação. Mas o principal cálculo que o granjeiro deve fazer para saber o modelo que vale mais a pena é o preço recebido por ave, o custo de produção e quantos lotes são feitos anualmente

“As pequenas granjas não são hoje tão adequadas à grande indústria da avicultura. E elas são muito adequadas à produção do caipira, porque são granjas pequenas. Nós procuramos uma criação mais natural, onde você não precisa de uma ventilação totalmente controlada, com pressão negativa, é mais natural sem o uso de luz à noite. Estas granjas que são menores acabam nos procurando bastante para participar deste mercado”, conta o avicultor Luiz Ricardo Bianchi.

O granjeiro Donizete Ciconato, que cria aves há 30 anos, trocou de sistema de produção há dois e não se arrepende. Para ele, o mercado do frango branco industrial tem altos e baixos, enquanto o caipira vem crescendo, o que dá mais segurança ao granjeiro.

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