Ricardo Bianchi recebe a TV Terra Viva para falar do mercado de frango caipira que deve fechar em alta de 20% neste ano.
Família Bianchi expande para o varejo e já marca crescimento anual médio de 20% na venda do legítimo frango caipira brasileiro
Tradicional no ramo de pintos caipiras de um dia e ovos férteis, a companhia faz sucesso agora no setor varejista comercializando a ave, que é criada solta, com alimentação natural, sem uso desnecessário de medicamento e seguindo as regras de bem-estar animal até o abate. Em ano de crise, vai crescer na média e projeta alta ainda maior para 2017. Tudo isso porque o frango caipira de verdade, que tem consistência e sabor inigualáveis, entrou para a lista top dos gourmets.
Coloque na tigela uma grande dose de tradição e pioneirismo, uma porção bastante generosa de conhecimento e aplicação de tecnologias e tempere tudo com uma produção altamente sustentável e natural e o resultado no prato do consumidor - que gosta de uma comida saborosa e se preocupa com a qualidade da alimentação - será o legítimo frango caipira brasileiro da Família Bianchi**. Pioneiros na avicultura nacional e há quase 100 anos no mercado, os Bianchi têm registrado crescimento médio anual de 20% nas vendas de frango ao consumidor, nos últimos quatros anos, ou seja, desde que entraram no varejo, por causa dessa receita infalível para o paladar dos que apreciam o frango caipira, cada vez mais em alta.
Uma expansão orgânica, sem estardalhaço da qualidade e do sabor diferenciado do produto, apenas atendendo a uma demanda espontânea dos varejistas, ressalta Luiz Ricardo Bianchi*, sócio-proprietário da companhia, que desenvolveu o primeiro frango caipira legitimamente brasileiro. "Neste ano, mesmo com a crise, vamos manter esse patamar de aumento nas vendas, mas em 2017 o resultado será ainda maior porque está bastante acelerada a demanda por frango gourmet caipira, que tem um cuidado todo especial desde a formação do pintinho, criação até o abate, o que dá textura e sabor diferenciados à carne", explica o empresário, que também é sócio-fundador e atual vice-presidente da AVAL - Associação Brasileira da Avicultura Alternativa.
A Família Bianchi entrou no varejo de frango caipira exatamente assim, a pedido do mercado por causa da tradição que tem neste ramo. O avô e o pai de Luiz Ricardo, Luiz Emmanuel Bianchi e Luiz Emmanuel Bianchi Júnior, respectivamente, dedicaram às suas vidas à avicultura brasileira. O avô, filho de imigrantes italianos, campeão sul-americano de Pentatlo e instrutor de atletismo, trabalhou com Carlito Aranha, proprietário da histórica Fazenda Rio da Prata, que iniciou a produção de pintinhos de um dia no Brasil após a crise econômica de 1929, como alternativa ao café.
Linhagem brasileira, com certeza!
Depois, na Segunda Guerra Mundial, prevendo o aumento da demanda por proteína, Luiz Emmanuel investiu na criação de linhagem própria para a produção de ovos, trazendo um geneticista norte-americano para comandar o projeto e comprando a Fazenda Paraíso, em Itatiba, interior paulista, onde a empresa ainda está sediada. Em pouco tempo, começou a distribuir os pintos de um dia das linhagens próprias. Anos mais tarde, na década de 1980, quando as aves industriais com genética importada começaram a dominar o cenário da avicultura nacional, o pai de Luiz Ricardo desenvolveria a primeira linhagem de frango caipira genuinamente brasileiro, a Paraiso Pedrês, originária de aves que pesquisou pelo País.
Assim, deu um novo impulso à Fazenda Paraíso e registrou a nova linhagem como Paraíso Pedrês, de pintos de um dia e ovos férteis resultados de aves brasileiras e mais resistentes a doenças, que, aliadas as mais modernas técnicas de criação, vivem soltas e têm uma carne mais consistente, com maior qualidade e sabor. Até quatro anos atrás, os negócios da Família Bianchi estavam estabelecidos apenas na produção e fornecimento de pintos caipiras de um dia e ovos férteis - que incubados se transformam em pintos - da linhagem que ela mesma desenvolveu. Nessa época, o frango caipira começava a ser mais valorizado pela alta gastronomia, sempre em busca de produtos naturais, sustentáveis, que agregam valor à saúde das pessoas e, em consequência, aos negócios. O caipira, antes vinculado à vida rústica e à boa comida das avós, voltava a ter um lugar de destaque na culinária nacional e mundial, diga-se de passagem. Na França, quase 35% do consumo de frangos é de linhagens "caipiras". Começaram, então, os pedidos para a Família Bianchi de varejistas pelos frangos oriundos de seus pintos e ovos.